segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Os brasileiros estão endividados como nunca.

Estudo do economista chefe da LCA Consultores, Bráulio Borges.

A dívida das famílias atingiu R$ 555 bilhões, comprometendo quase 40% da renda anual da população, que engloba a massa nacional de rendimentos e os benefícios pagos pela Previdência Social. A relação entre dívida e renda em dezembro de 2009 subiu para 4,8 meses de 4,3 meses em 2008.

 
Os meios de crédito contabilizados para esse cálculo foram:
  • Cartão de crédito;
  • Cheque especial;
  • Financiamento bancário;
  • Crédito consignado;
  • Empréstimo para compra de carro;
  • Financiamento de imóveis;
  • Recursos do Sistema de Financiamento Habitacional (SFH).
Borges utilizou para os cálculos:
  • A massa de rendimentos nacional;
  • Não somente as 6 regiões metropolitanas;
  • Utilizou os benefícios pagos pela Previdência (pensões e aposentadoria) que corresponde a 25% do total de rendimentos de 2009, que foi de R$ 1,4 trilhão.
Estudo do economista Humberto Veiga, da Universidade de Brasília.

 
Nesse estudo o analista levou em consideração:
  • O saldo de empréstimos com recursos livres, isto é, excluiu os empréstimos do SFH;
  • Levou em consideração somente a massa de salários das 6 regiões metropolitanas;
  • Deixou fora os benefícios da Previdência.
A conclusão de Humberto Veiga foi que o brasileiro encerrou o ano de 2009 devendo 10 meses e 20 dias de salário.
 
Estudo da Kantar Worldpanel, Christine Pereira.

 
De acordo com o estudo da Kantar Worldpanel, feito em 2.000 mil lares da região da Grande São Paulo e Grande Rio, 65% dos lares tem algum financiamento, sendo que em 2008 essa taxa era de 60%.

 
Implicação do endividamento: aumento da inadimplência.
 
De acordo com Luiz Rabi da Serasa Experian, a inadimplência está em queda, mas a previsão para 6 meses é que a taxa pare de cair por 3 motivos:

 
1. Crescimento acelerado da tomada de crédito por parte das famílias num ritmo superior ao aumento da renda;

 
2. Corrosão do poder de compra com o repique inflacionário neste início de ano;

 
3. Elevação do custo dos financiamentos em várias modalidades de crédito.
 
Mais endividados, mas com renda menos comprometida.
 
Apesar dos brasileiros terem batido o recorde de endividamento, eles ainda possuem capacidade de se endividar, pois o estudo da LCA Consultores diz que a renda está menos comprometida nos últimos 12 meses.
 
Somente 5,9% da renda mensal estavam comprometidos com prestações em 2008, já em 2009 as prestações comprometiam 15% da renda das famílias.
 
Isso se deve ao fato de que houve um grande alongamento dos prazos de financiamento, que saiu de 17,3 meses em 2006 para 31,1 meses em 2009.
 
O risco da inadimplência subir só ocorreria caso houvesse aumento de desemprego.
 
Notícia do jornal O Estado de São Paulo de 15 de fevereiro de 2010, com o título “Endividamento dos brasileiros bate recorde e chega a R$ 555 bilhões.”.

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